quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button



Gostaria de falar agora sobre um filme que assisti ontem, que está em cartaz nos cinemas aqui de São Paulo, capital. O filme é “O curioso caso de Benjamin Button”.

Trata-se de um drama baseado no clássico conto homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos de 1920, que conta a história de Benjamin Button, um homem que nasce um bebê velho - na New Orleans de 1918, quando a Primeira Guerra está chegando ao fim - e misteriosamente começa a rejuvenescer, passando a sofrer as bizarras consequências do fenômeno.

Quando percorremos as diversas comunidades para cinéfilos no Orkut, nos deparamos com opiniões bastante diversificadas. Muitos elogiam, achando o filme muito bom, o roteiro e as interpretações idem. Muitos outros pensam justamente o contrário. Incrível como existe este tipo de disparidade. O que tenho a dizer é que este filme me emocionou profundamente. Há várias lições que podem ser apreendidas neste filme: caridade, amor, honestidade, compaixão e por aí vai. Quando o bebê doente é deixado à porta de um asilo, seu destino de amor está selado. Encontra uma mãe postiça que o abriga junto aos demais moradores daquela casa de abandonados pela vida. E lá convive com pessoas semelhantes em termos de aparência. É um bebê velho que se torna uma criança velha, que se torna um jovem velho, que se torna um adulto adulto, que se torna um homem maduro jovem, que se torna um idoso adolescente, que se torna uma caquética criança. Se pensarmos na possibilidade real deste fenômeno de rejuvenescimento ocorrer, nos deparamos com questões absurdas. Se o menino Ben nasceu com organismo de um idoso, pode-se imaginar que todas as suas células estariam em estado de senescência. Assim, o lógico seria que nascesse com demência, situação comum aos idosos. A mente poderia ser jovem, mas o cérebro deveria ser velho. Com o passar do tempo, com o rejuvenescimento progressivo, aí sim suas células recuperariam energia para seus processos mais básicos, chegando ao estado de células jovens, todas elas, inclusive as nervosas. E o final do filme seria mais coerente com Ben jovem fisicamente, inclusive seus neurônios, mas com a experiência de um idoso. Tudo bem, ele não morreria no final? Poderia morrer sim, pois o fato de suas células ficarem cada vez mais jovens poderia levá-las a um estado de pré-divisão, pré-embrionário, o que levaria a um não crescimento, não multiplicação. Um organismo neste estado não seria capaz de se auto-sustentar e viver fora de um útero humano. Isto tornaria a sobrevivência impossível. E por isso, Benjamin Button também morreria no final. Tá, pode ser que não fosse um final de filme tão legal, mas, biologicamente falando, seria mais correto.

FICHA TÉCNICA:
Diretor: David Fincher
Roteirista(s): Eric Roth (1), Robin Swicord, F. Scott Fitzgerald
Elenco: Cate Blanchett, Julia Ormond, Faune A. Chambers, Elias Koteas, Donna DuPlantier, Jacob Wood¹, Earl Maddox, Ed Metzger, Jason Flemyng, Danny Vinson, David Jensen (2), Joeanna Sayler, Taraji P. Henson, Mahershalalhashbaz Ali, Fiona Hale

Estréia: 16.01.2009